Com certeza, a Apple não está atravessando um período fácil na União Europeia. Ela está em constante adaptação a novas ações que alteram seu ecossistema e sua perspectiva. Agora, a União Europeia está solicitando à gigante tecnológica da Califórnia que assegure a interoperabilidade efetiva do iOS com outras plataformas.
A Apple precisa se adaptar à UE
No começo deste ano, a Apple precisou alterar o funcionamento do sistema operacional iOS. Porém, parece que as demandas da UE não têm previsão de término e a gigante seguirá se adaptando. As alterações são resultado do Digital Markets Act (DMA), que define um conjunto de normas. Elas foram estabelecidas para prevenir que grandes corporações tecnológicas se envolvam em práticas de concorrência desleal.
A Comissão Europeia divulgou um documento na quarta-feira sobre as investigações antitruste contra a Apple. Eles indicam que a Apple precisará atender a condições extras. Entre outras coisas, alterar o funcionamento do iOS para permitir que os desenvolvedores de fora da Apple possam acessar tecnologias que atualmente só a Apple detém.
O iOS funcionará de forma completamente diferente?
O texto propõe que a Apple deva simplificar o emparelhamento e a gestão de acessórios de terceiros. Isso engloba relógios inteligentes, auscultadores, auscultadores e muito mais. Ademais, a companhia precisa possibilitar que aplicativos de terceiros funcionem em segundo plano, algo que apenas os aplicativos nativos da Apple conseguem atualmente. O documento também faz referência a funcionalidades como AirPlay e AirDrop, disponíveis somente em aparelhos Apple.
A União Europeia fixou o prazo de 9 de janeiro de 2025 para a análise do caso. A Apple publicou um documento em resposta às novas demandas, criticando a Comissão Europeia e a legislação do DMA. A companhia afirma que toda a questão está se tornando “individual”. No documento, a Apple realçou seu empenho em relação à privacidade e segurança. Ela afirma que as demandas da União Europeia podem afetar negativamente a segurança do seu ecossistema.
Dados do usuário em risco
A companhia também defende que, ao tornar toda a tecnologia acessível a todos, isso impactará principalmente a privacidade dos usuários do iOS. Os seus dados serão expostos a riscos. De acordo com o DMA, a Apple também notou que a Meta é uma das companhias que mais solicitaram acesso a “tecnologias sensíveis Apple”.
Se a Apple cumprisse todas as exigências da União Europeia, o resultado para os usuários seria o seguinte. A Meta teria acesso aos dados do usuário e poderia examinar todas as mensagens e e-mails enviados ou recebidos, além de monitorar todas as ligações telefônicas realizadas ou recebidas por um usuário. Também é possível monitorar os aplicativos instalados em um iPhone, mas isso não é tudo. Isso permitiria que a Meta e outras empresas acessassem fotos, arquivos, eventos do calendário e outros dados confidenciais.
A Meta está reagindo
A Meta defende a necessidade de acesso para oferecer uma experiência superior com aparelhos externos, como os óculos inteligentes Ray-Ban Meta ou os auscultadores Meta Quest. No entanto, a Apple afirma que proporciona compatibilidade com esses aparelhos e que isso ocorre sem a necessidade de permissões especiais.
Agora é a vez da União Europeia, que tem a possibilidade de começar uma investigação oficial contra a Apple. Se a Apple não cumprir as normas do DMA, poderá ser penalizada com uma multa de até 10% do faturamento global anual da companhia.
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